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Fruet doará 30% do seu salário de R$ 26,7 mil

Gustavo Fruet
Gustavo Fruet – Foto: Jornalivre.com

O prefeito de Curitiba, Gus­tavo Fruet (PDT), anunciou ontem que pretende doar 30% do seu salário a uma entidade ligada à Igreja Católica. A decisão segue a prática dos dois antecessores no cargo, Beto Richa (PSDB) e Luciano Ducci (PSB). Ambos, porém, devolviam o mesmo porcentual da remuneração aos cofres do município. Como o salário do prefeito é de R$ 26.723,13, o valor doado por Fruet será de R$ 8.016,94. Com isso, sua remuneração mensal chegará a R$ 18.706,19.

Por meio da assessoria de imprensa, o pedetista afirmou que não pretendia anunciar publicamente a doação mensal de parte do salário, para evitar usá-la como instrumento de autopromoção. Ele disse que só fez o anúncio por ter sido questionado pela imprensa sobre o assunto. Fruet declarou ainda que doava boa parte das verbas indenizatórias a que tinha direito na Câmara Federal quando era deputado. Acrescentou que jamais tornou pública essa atitude. Perguntado sobre qual instituição receberá a doação a partir de agora, afirmou que a informação estará disponível na sua declaração do Imposto de Renda.

Desde 2007 – quando foi divulgado um levantamento que mostrava que Curitiba tem o prefeito mais bem pago das capitais –, o chefe do Executivo municipal passou a abrir mão de parte do salário. O primeiro a fazê-lo foi Richa, que passou a devolver 30% da remuneração ao caixa da prefeitura. Ao assumir o cargo, em abril de 2010, Ducci disse que não faria o mesmo por considerar justo o vencimento de R$ 26,7 mil para o tamanho da estrutura administrada pelo prefeito. Logo a seguir, no entanto, voltou atrás e também passou a devolver 30% do salário.

Em meio à polêmica em torno do fato de Curitiba pagar o maior salário das capitais ao seu prefeito, tanto Richa quanto Ducci chegaram a enviar à Câmara Municipal projeto de lei cortando parte do salário – o que dispensaria a necessidade de fazer a devolução. No entanto, as propostas foram arquivadas sob a justificativa de que somente os vereadores poderiam propor uma matéria dessa natureza. Além disso, argumentou-se que a redução dos vencimentos do prefeito poderia prejudicar os funcionários de carreira do município – pois o teto do funcionalismo seria reduzido (o máximo que um servidor pode ganhar é o salário do prefeito).